As lembranças que podem causar sentimentos nostálgicos ou saudades são as mais diversas e inusitadas possíveis. E como o assunto deste artigo será sobre trilhas sonoras, nada melhor que matarmos a saudade falando de jogos e suas trilhas inesquecíveis que ficaram marcadas na história dos games. E não só isso, pois o principal e verdadeiro objetivo de estar escrevendo é falar dos “anônimos” por trás dessas composições que se fixaram na mente de gerações de gamers. Apesar do compositor do qual vamos falar ser bastante conhecido hoje, ele trilhou, entretanto, uma longa jornada até atingir seu reconhecimento internacional. Estamos falando do compositor considerado um dos grandes nomes da música de videogames: Yuzo Koshiro.
Yuzo Koshiro nasceu em dezembro de 1967, Tóquio, filho de pai artista e professora pianista, Yuzo já mostrava seu talento desde cedo aprendendo a tocar violino aos 5 anos e, mais tarde, violoncelo. Estudou com o grande compositor Joe Hisaishi, e apresenta, nas suas trilhas, muita influência de música clássica barroca (Bach) e romântica (Mozart e Beethoven).
Desde cedo Yuzo criava músicas e as enviava para a revista Microcomputer Basic Magazine com o pseudônimo de YK-2. Até que, com 16 anos, Yuzo consegue trabalhar como compositor na empresa Nihon Falcom. A equipe ficou tão entusiasmada que colocou 10 músicas dele no jogo Xanadu Scenario II, um famoso jogo de RPG que serviu de base para os jogos que viriam.
Além de Xanadu Scenario II, Yuzo compôs em parceria a trilha dos jogos Romancia, Dragon Slayer 4 e Sorcerian, que ajudaram a consolidar o estilo que mesclava rock, música clássica e medieval. Uma das músicas que destaca bem seu estilo clássico é Church do jogo Ys. Após um longo trabalho que conta mais de 100 músicas compostas para a empresa Falcom, Yuzo decide trabalhar como freelance.
Yuzo fazendo pausa pra foto no seu pequeno estúdio.
Já em 1989, com grande reconhecimento, Yuzo recebe convites de várias empresas para compor, e é nesse período que Yuzo vai optar por novas experimentações e estilos que fujam do estereótipo “música para jogos”. Yuzo compõe nesse período a trilha de The Scheme e Algarna. Mas o reconhecimento internacional veio com um dos jogos mais conhecidos do Megadrive: The Revenge of Shinobi.
A sua fama já era tão grande que Yuzo foi um dos poucos compositores a colocar seu nome na tela título dos jogos. Já estabelecido e trabalhando para a Sega, Yuzo surpreende muitos críticos com a qualidade das trilhas (até então não havia uma noção de que o console pudesse produzir trilhas que eram consideradas um grande avanço para época) e as críticas positivas repercutiram em todo mundo. A partir daí era notória sua influência, efeitos, sonoridade, etc, pois, Yuzo, além de criar as músicas, também programava e criava seus próprios efeitos.
Numa mistura de batidas de rock, música chinesa, experimental, jazz e techno, The Revenge of Shinobi apresenta seu leque de músicas memoráveis. Entre elas, as que gosto mais são The Shinobi, Long Distance, Accross the Bay (essa última com resquício da influência dance que Yuzo usaria posteriormente)e uma das músicas que mais se fixou na minha cabeça, numa mistura de estilo chinês com batidas “ocidentais”: Chinatown. Ela é uma das músicas mais empolgantes pela melancolia e serenidade que passa ao jogador.
Por ordem:
The Shinobi:
Long Distance:
Across the Bay:
Chinatown versão original:
E uma das versões que mais gosto:
E não para por aí, na próxima postagem vamos ver as trilhas de games que levaram Yuzo Koshiro ao seu auge de criatividade e qualidade musical. Até mais.
the Procrastinadores 