Aproveitando que a quarta temporada de Game of Thrones chegou ao fim e ainda não consegui me recuperar totalmente da batalha entre Montanha e Oberyn, decidi fazer uma lista com os momentos mais marcantes dentro das minhas séries favoritas. Não são necessariamente as melhores cenas de cada série, mas sim cenas que por alguma razão me causaram um grande impacto, ou custaram a sair da minha cabeça. Como nem todo mundo pode ter assistido, Spoilers à frente. Leia por sua conta em risco.
10. Smallville – “Crusade” (S04E01)
“Clark Voa pela Primeira Vez”
Ok, a série não foi perfeita e está longe de ser uma unanimidade entre os fãs. O tom meio Dawson’s Creek, e as inúmeras idas e vindas do casal Clark e Lana, podem ter desagradado boa parte dos leitores mais conservadores do Superman, mas o fato é que em 2001, quando Smallville estreou não tínhamos tantos seriados baseado em HQs como temos hoje. Ao longo de suas dez temporadas a série teve seus altos e baixos, mas conseguiu manter vivo o interesse dos espectadores e ainda trouxe elementos interessantes para a mitologia do personagem: Chloe Sullivan, a personagem interpretada por Allison Mack, por exemplo, era tão legal, que chegou a ser incorporada aos quadrinhos recentes do Homem de Aço.
Embora vários momentos tenham feito a alegria dos fãs, e a minha em particular, como o nascimento da Fortaleza da Solidão, a fundação da Liga da Justiça, e claro, as participações especiais do eterno Super-Homem, Christopher Reeve, assim como as aparições de Margot Kidder, Dean Cain e Teri Hatcher, nenhum outro momento superou o episódio em que Clark alça voo pela primeira vez. O último episódio da primeira temporada já havia mostrado algo parecido, com Clark atirando-se em direção a um tornado para salvar Lana, mas o elemento surpresa aqui é o que torna a cena memorável. Clark acabara de retornar de seu treinamento com Jor-El, com o intuito de recuperar um artefato Kryptoniano que Lex adquiriu. Sem lembrança nenhuma do tempo que viveu com os Kents, e atendendo pela identidade de Kal-El, ele cruza os céus atrás do avião da Luthorcorp. A cena ficou marcada exatamente por ser algo que não esperávamos ver em Smallville tão cedo, além de ser uma demonstração bacana dos poderes do personagem. Pena que só voltaríamos a ver algo semelhante, no Season Finale da série.
09. Um Maluco No Pedaço – “A Nova Desculpa do Papai” (S04E24)
“Will é Abandonado pelo Pai de Novo”
É um programa de comédia, então você provavelmente não espera por um momento que quase te faça chorar, ou que um episódio termine de uma maneira realmente triste. Mas assim como algumas outras sitcoms, Um Maluco No Pedaço fez isso. E em mais de uma ocasião, aliás.
A série que ajudou a transformar Will Smith no astro que ele é atualmente era tão boa, que até hoje ele é reconhecido mundialmente por ela. Quem nunca cantou, ainda que em um inglês todo errado o tema do programa junto com a abertura?! Ou tentou ao menos uma vez imitar a dancinha do Carlton (ok, talvez só eu tenha tentado essa). Não tinha como não se divertir com as aventuras do malandro criado na Filadélfia se adaptando aos costumes refinados de Bel-Air. Eu particularmente curtia quando eles interagiam com a câmera, nos lembrando de que estão em um programa de TV, e as aparições do Jazz, que sempre terminavam com ele sendo arremessado pra fora da mansão dos Banks. Ainda assim, o momento que mais me marcou na série foi o episódio em que Lou, o pai do Will reaparece. O episódio em que Carlton consegue uma arma pra se proteger, após Will ser baleado em um assalto, também é bem intenso pros moldes do programa (mesmo que eles ainda tratem tudo com certo humor). Mas a cena em que Lou deixa seu filho pra trás novamente, é uma das mais tristes de todo o programa. Até ali nós nunca tínhamos nos dado conta do que crescer sem pai realmente significava para o Will. Tente assistir a cena do Tio Phil consolando Will sem ficar com os olhos marejados.
08. 24 HORAS – “11:00 P.M – 12:00 A.M” (S01E24)
“Teri Bauer Morre”
Muito antes de Homeland tratar sobre a paranoia do terrorismo, Jack Bauer já enfrentava e neutralizava possíveis ataques ao EUA em 24 Horas. A série tem até hoje, um dos formatos mais interessantes da televisão, com cada episódio correspondendo à uma hora do dia de Jack. O seriado que trouxe de volta Kiefer Sutherland aos holofotes equilibrava muito bem a trama de espionagem, com os dilemas pessoais do personagem, que enfrentava uma crise no casamento, e ainda tinha que lidar com a filha adolescente Kim Bauer (que tinha um talento especial pra ser sequestrada).
A fórmula pode ter se desgastado ao longo dos anos, mas mesmo as últimas temporadas não conseguindo manter a vitalidade das primeiras, ainda renderam momentos memoráveis, como o assassinato do ex-presidente David Palmer, a ressurreição (?) do agente Tony Almeida, Jack cortando a mão de seu genro com um machado. Teve até a detonação de uma bomba nuclear em Los Angeles. Mas entra na lista, o final amargo da primeira temporada. Bem antes de Game of Thrones e The Walking Dead popularizar a morte de parte de seu elenco principal, 24 HORAS encerrou seu ano um com o assassinato da esposa do protagonista. A morte de Teri Bauer é marcante, pois vem quando menos se esperava. Jack já havia impedido o atentado contra o candidato a presidência David Palmer; Teri e Kim, já tinham sido resgatadas das mãos dos terroristas. Tudo parecia resolvido, e se encaminhava pra um final feliz, mas invertendo nossas expectativas, a trama termina com um desfecho trágico. Pra mim, que até então estava acostumado com a ideia de que os “mocinhos” sempre vencem no final, ver Jack chorando, pedindo desculpas, abraçado ao corpo de sua esposa, foi desolador. Além de dramática, conta o fato de a cena representar a humanidade de Bauer, que mesmo sendo o melhor agente da UCT, não conseguiu impedir sua própria tragédia pessoal. E como se não bastasse a morte da pobre Teri, ainda assistimos sua assassina, a traidora Nina Meyers escapar ilesa (pelo menos até a temporada seguinte). Pode ser o pior dia da vida de Jack Bauer, mas é sem dúvidas um dos melhores momentos de 24 HORAS.
07. The Walking Dead –”Pretty Much Dead Already” (S02E07)
“Massacre no Celeiro”
Das séries que eu acompanho The Walking Dead talvez seja a mais irregular. Por diversas vezes já parei de assistir, mas a curiosidade sempre acabou falando mais alto, e voltei pra conferir o desenrolar da trama. Ainda tenho problemas com o final broxante da terceira temporada e todo a arco arrastado que foi a primeira metade da quarta, mas justiça seja feita, a série teve momentos inspirados.
Mais do que um simples conto apocalíptico, o modo como é desenvolvida a luta desesperada dos personagens pela sobrevivência, propõe interessantes reflexões sobre sociedade e a própria condição humana. Muito dos melhores episódios por sinal, exploram esse caminho. Por mais que seja legal assistir zumbis sendo dilacerados, ver até onde cada um está disposto a ir para garantir que vivera mais um dia, e o peso que isso tem sobre eles é bem mais interessante. Talvez por isso a cena que mais tenha me marcado, seja justamente a do celeiro da segunda temporada.
Não era difícil antecipar, dada à situação, que a trama do desaparecimento da pobre Sophia não teria um final feliz. Ainda sim, vê-la transformada em Zumbi foi um como um soco no estômago. Até esse momento tanto Rick quanto Hershel ainda pareciam relutar em aceitar a verdade da nova realidade, tentando sempre conciliar ou medir as coisas como se ainda estivessem em mundo civilizado. Depois desse dia era matar ou morrer. Com Sophia e os outros mortos-vivos no celeiro, morria de vez qualquer inocência, ou esperança que ainda restava neles. Bom, pelo menos até o final da terceira temporada estragar tudo.
06. Chaves – “O Ladrão da Vila” (Episódio 146)
“Ladrão! Ladrão! Ladrãozinho!!!
Identificar a fórmula do sucesso de Chaves é uma missão quase impossível. Há mais de trinta anos no ar, o seriado mexicano ainda consegue arrancar risadas de diversas gerações, mesmo quando já conhecemos a piada de cor e salteado. Não importa quantas vezes você tenha visto o Seu Madruga levar uma bofetada da Dona Florinda, você vai esperar pelo tapa e rir do mesmo jeito. Na verdade, saber o que vai acontecer é o elemento que torna tudo tão engraçado, na maioria das vezes. No entanto a cena que mais me marcou, foi aquela que fez quase todas as crianças (e alguns adultos também) ficarem com lágrimas nos olhos.
A série já me deixou com nó na garganta varias vezes, como na cena em que Chaves, sozinho em um pátio vazio e escuro, dorme encostado na porta de Seu Madruga, a espera de seu tão aguardado desjejum. Ou quando o próprio Seu Madruga assume a culpa no lugar do Chaves por ter comido os churros da Dona Florinda. Mas o momento que mais mexeu comigo, foi a injusta acusação contra o órfão “de nascença”, apaixonado por sanduíche de presunto.
Não há como evitar o aperto no coração, ao ver o pobre do Chaves ser escorraçado da vila, sendo acusado do roubo dos objetos desaparecidos do cortiço. Principalmente quando sabemos da inocência do personagem. Lembro que quando era criança, só fiquei tão triste assim assistindo um programa de TV, quando Shiryu conta a Seya a fábula da lebre em Cavaleiros do Zodíaco (ah… pobre lebre). Felizmente, o episódio termina com um final feliz, e uma daquelas mensagens positivas características da série, com o Sr. Furtado(com esse nome também, né?!) devolvendo tudo o que tinha roubado, após ouvir Chaves dizendo que não desejava que prendessem o ladrão, e sim para que ele se arrependesse de seus crimes. Um dos momentos mais tristes e tocantes do seriado.
05. Supernatural – “Swan Song” (S05E22)
“Sam Cai Na Jaula Com Lúcifer e Miguel”
Teria sido o final perfeito. Até hoje muitos fãs da série discutem que Supernatural (Sobrenatural, se preferir)deveria ter se encerrado nesse momento. Eu não discordo. Embora, a busca pelo purgatório, e a ascensão de Castiel ao posto de Novo Deus, tenham sido um “mote” interessante, fica difícil superar o sacrifício de Sam ao final de Swan Song. Principalmente depois de toda a preparação até aquele ponto.
A temporada inteira focou quase que exclusivamente na saga dos irmãos Winchesters para impedir que Lúcifer e Miguel se enfrentassem, evitando assim o apocalipse. A série que já tinha acertado com a inserção dos Anjos no ano anterior, soube explorar bem a sua própria mitologia, aprofundando o tema. A descoberta de que o destino de Dean e Sam estava selado desde muito antes do Demônio do Olho Amarelo (Azazel) cruzar seus caminhos, trouxe fôlego novo a história, mas também apresentava um desafio para os anos seguintes. Afinal, que ameaça poderia ser maior que o fim dos tempos?!
A cena é uma das mais legais, por que honra o espírito da série, mostrando todos os percalços que os irmãos enfrentaram juntos, durante todo o tempo que passaram na estrada caçando, com direito até a uma homenagem ao velho Impala da dupla, o mais próximo de um lar que eles já tiveram. Pra quem acompanhou a jornada dos irmãos desde o inicio, fica difícil não se sensibilizar com Dean, mesmo esmurrado, dizendo que não abandonaria Sam, que estaria ali por seu ele até o fim. Isso sem contar a sua entrada no cemitério ao som de Rock of Ages do Def Lepard, que é impagável.
04. House, M.D. – “House’s Head” / “Wilson’s Heart” (S04E15/E16)
“Dentro da Cabeça de House”
House foi uma das poucas séries de TV que soube sair de cena no auge. Sorte nossa, que mesmo ficando órfãos do médico mais ranzinza da telinha, não tivemos que assisti-lá definhar e perder o rumo como Prison Break, Heroes e tantas outras.
Inspirada livremente em Sherlock Holmes, a série produzida por Bryan Singer (X-Men) se destacava, por ter como protagonista um personagem tão atípico quanto o Dr. Gregory House. Hoje em dia esse humor cínico, e “visão além do alcance”, do personagem de Hugh Laurie, que sempre consegue perceber aquilo que ninguém mais vê, parecem recorrentes (Lie To Me, The Mentalist, Castle usam a mesma fórmula), mas em 2004 quando o programa estreou quem apostaria que um médico ateu, viciado e de poucos amigos, seria o sucesso que foi.
As ótimas atuações e bons roteiros garantiram a vitalidade do programa. Melhor do que acompanhar a rotina dos médicos tentando chegar ao diagnóstico do caso da semana, era assistir como House lidava com sua equipe, e a maneira pouco convencional que ele tratava seus pacientes, com total desinteresse.
A série teve vários episódios excepcionais, como o quase longa-metragem que abre a sexta temporada, passado inteiro em uma clinica de reabilitação, e mostrando a luta do personagem contra seu vicio em Vicodin. Ou o interessante momento em que ele conta três casos diferentes a uma turma de universitários, e descobrimos através de suas histórias o que realmente houve com sua perna.
Mas o meu momento favorito é o episódio duplo que encerra a quarta temporada. Os dois episódios são tão bons, e funcionam tão bem juntos, que fica difícil citar um sem mencionar o outro. House sofreu um acidente de ônibus, mas não se lembra de todos os detalhes, apenas que alguém dentro do coletivo corre um risco de vida. Isso é o pretexto pra entrarmos na cabeça do protagonista, reconstruindo seus passos. Todas as cenas são muito bem construídas, mesclando bem humor e tensão, além de nos mostrar um pouco de como funciona a mente de House. A fantasia dele com a Cuddy como uma stripper é hilária. No entanto, o momento mais marcante vem da segunda parte; o Coração de Wilson. Amber podia não ser uma personagem tão legal, mas sua morte causou um grande impacto na série. Principalmente pra Wilson, que além de perder a namorada, de forma trágica, perdia também o melhor amigo. House sempre foi egocêntrico, e autodestrutivo, mas aqui percebemos o quanto o modo desregrado que ele leva sua vida afeta aqueles que o cercam. A cena dele com Amber no ônibus, se recusando a descer, é belíssima, e faz com que entendamos o quanto ele realmente é infeliz, e o quanto a amizade de Wilson é importante. Um dos season finale mais depressivos e geniais de todos.
03. Breaking Bad – “Crawl Space” (S04E11)
“O Surto de Walter”
Uma das melhores séries da atualidade, Breaking Bad foi sem dúvida um marco televisivo. Poucas vezes a TV soube incorporar tão bem elementos cinematográficos, ao contar uma história, mantendo a mesma qualidade do primeiro ao último episódio. Roteiro, fotografia, atuação; tudo funcionava em uma sincronia perfeita. Mérito do criador Vince Gilligan, que soube construir uma narrativa cativante, que seguia em uma crescente, ao contar a história do maior anti-herói da televisão, te prendendo na poltrona, ansioso pelo que aconteceria no próximo episódio. Manter-se fiel ao seu enredo, sem prolongar desnecessariamente a trama, foi alias um dos grandes acertos do programa. Cinco temporadas foram mais que suficientes para mostrar a transição do pacato professor de química Walter White, no maior traficante de metanfetamina de Albuquerque, Heisenberg.
Eu poderia enumerar várias qualidades e atrativos do programa, mas elogiar a série, e as grandes interpretações do todo o elenco é chover no molhado. Bryan Cranston e Aaron Paul não foram figurinhas carimbadas no Emmy ano após ano à toa. Se você ainda não assistiu Breaking Bad, pare o que estiver fazendo, corra e assista (é sério). Além dos personagens incrivelmente ambíguos, e as questões morais abordadas, a série ainda está repleta de momentos icônicos. Teve de tudo; cabeças decapitadas pelo cartel, gente envenenada, queda de avião, vovôs explodindo em cadeira de rodas, neonazistas sendo metralhados… A lista é interminável. Isso sem mencionar as frases de efeito, que fizeram a alegria da internet (Say my name… Bitch!). Embora a cena da morte de Gus seja ótima, e o atentado dos gêmeos assassinos contra Hank deixe a adrenalina de qualquer um a mil, nada supera o final de Crawl Space. Walter simplesmente surta ao perceber que não teria mais o dinheiro para fugir. Percebendo que estava perdido, ele solta uma risada em um misto de desespero e loucura, digna do próprio Coringa. Além da tensão, que se segue, com o telefone tocando freneticamente, e o olhar de horror de Skylar, a cena tem significados muito mais profundos. Ela marca o fim da metamorfose do Sr. White, em Heisenberg. Até esse momento, Walter podia ser considerado apenas uma vitima das circunstâncias; nós víamos seu arrependimento toda vez que ele cruzava a linha, e conseguíamos simpatizar e nos solidarizar com suas motivações. Depois desse momento, o personagem parece abraçar de vez o “lado negro da força”, e segue em um caminho sem volta, que só trás dor e desgraça para todos ao seu redor. Pra mim é um dos melhores momentos da série.
02. Game of Thrones – “The Rains of Castamere” (S03E09)
“O Casamento Vermelho”
Afeiçoar-se a um personagem em Game of Thrones é pra quem gosta de viver perigosamente.A fama que a série tem de torturar seus espectadores é merecida. Mesmo já conhecendo o destino de Oberyn Martell, a brutalidade da cena ainda conseguiu me impressionar bastante. E esse nem foi o ponto alto da quarta temporada, que terminou mais sangrenta do que nunca. Definitivamente a adaptação da HBO pra série literária de George R. R. Martin, não é para os fracos.
Com uma popularidade que parece só crescer a cada temporada (recentemente a série barrou o recorde de Família Soprano em número de telespectadores), o quarto ano, teve o melhor season finale de toda série, não só pelo excesso de mortes e reviravoltas na trama, mas por saber dosar bem o tempo de tela de cada um de seus personagens. E o trunfo de Game of Thrones parece ser justamente esse, equilibrar bem as múltiplas subtramas, prendendo o nosso interesse até o fim.
Com tantos momentos dignos de destaque na série, fica quase impossível eleger um só. Teve a execução do Ned Stark ainda na primeira temporada, a tentativa de invasão de Stannis a Porto Real, a marcha dos White Walkers rumo à muralha, Daenerys libertando os escravos, ou todas as cenas em que Peter Dinklage aparece na quarta temporada (que George R. R. Martin não me ouça, mas Tyrion Lannister é de longe o melhor personagem da série).
Mas nada supera o massacre que foi o Casamento Vermelho. Que alguma coisa desse errado, eu até já esperava; Walder Frey não iria deixar passar batida a ofensa de Robb, de não se casar com uma de suas filhas. No entanto, a proporção que as coisas tomaram foram muito além que eu poderia imaginar. Além da covardia de pegar a todos com a guarda baixa, em um momento de festa, eles praticamente eliminaram todos os Starks da história. E de uma das formas mais sanguinárias já vistas em uma série de televisão. Eu demorei alguns dias pra aceitar o fim do Rei do Norte. Pelo menos tivemos uma redenção ao assistir a morte de Tywin e Joffrey. Valar Morghulis.
01. Lost – “Through the Looking Glass” (S03E22)
“We Have to Go Back, Kate!”
Simplesmente o melhor cliffhanger de todos os tempos. O final de Lost pode ainda dividir os fãs, mas a série cumpriu bem o seu papel, prendendo o público com os mistérios em torno da ilha. A lista de momentos marcantes é grande; a morte do Charlie (Not Penny’s Boat), a luz acesa da escotilha; a identidade dos outros. Mas nenhum deles se compara a virada na história que foi o encerramento da terceira temporada.
Durante todo o episódio vemos flashbacks de Jack, vagando desencontrado, bêbado e barbudo, enquanto assistimos os sobreviventes cada vez mais perto de finalmente sair da ilha, com a chegada de um grupo de resgate. O episódio em si é até monótono, servindo mais pra mostrar o quanto Jack é problemático. No entanto a grande virada ocorre ao final do episódio. Jack está parado do lado de fora de um aeroporto, quando um carro chega. Dele desce Kate (?), e após um breve diálogo, o “Dr. Shepard” diz que foi um erro eles terem deixado a ilha, e que eles tinham que voltar. Só aí nós entendemos que não se tratava de um flashback, e sim de flash-forward.
“Mas então eles saíram da ilha?” “Mas por que diabos o Jack estava arrependido?”. Deixando muito mais perguntas no ar, do que respostas, a temporada terminou deixando todo mundo na expectativa de saber o que tinha acontecido de fato. Isso além de subverter todas as expectativas, nos fazendo acreditar que estávamos entendo o que estava acontecendo, quando na verdade não fazíamos a mínima ideia. Toda vez que me lembro dessa cena, tudo o que consigo pensar é… “Wow”. Realmente, J.J. Abrams se superou nessa. Medalha de ouro.