Nesta semana, para relaxar após o estresse e correria cotidianos, decidi jogar um daqueles jogos arcaicos para emulador NES e, ao invés de relaxar de fato, me percebi torrando meus neurônios e com um estresse muito maior do que antes. E claro, isso se deve a extrema dificuldade dos jogos dos anos 80 e 90. Para um jogador finalizar um desses jogos, ele deveria literalmente suar a camisa. E me desculpe a nova geração, mas os jogos antigos não eram para qualquer mortal, era através desses jogos que se separavam os homens dos meninos.
E falando dos jogos dos anos 80 e 90, o filme do mês de julho, Pixels, é uma grande homenagem para os gamers veteranos e saudosistas da época dos fliperamas, em que tínhamos que ser bom o suficiente para zerar um jogo de Arcade com apenas o troco do pão. Pixels é um filme de humor em que alienígenas resolvem tomar a forma de monstros digitais inspirados nos jogos clássicos dos anos 80 para atacar a terra. Sam Brenner (Adam Sandler), Eddie Plant (Peter Dinklage), Ludlow Lamonsoff (Josh Gad) e a tenente-coronel Violet Van Patten (Michelle Monaghan), são encarregados de salvar a terra da ameaça alienígena.
E é na parte que Sam Brenner, como um experiente e prodígio gamer dos jogos de arcade, diz a um menino (filho da Violet Van Patten) a diferença entre um gamer antigo e um gamer da nova geração, o ponto crucial entre quais eram as aptidões necessárias para se dar bem nos jogos antigos: para um gamer antigo, era preciso encontrar o “padrão” dos jogos; já para a nova geração de gamers, é preciso “se colocar” no lugar do personagem e tentar sobreviver. Bem, escrevi padrão entre aspas, pois encontrar somente o padrão não era o suficiente para “ir longe” em um jogo – era preciso ter reflexo e muita agilidade, uma vez que a velocidade aumentava mesmo com o padrão.
Essa era a maneira de sobreviver nos games e conseguir o máximo de diversão nos fliperamas. Quem era bom, permanecia horas e horas jogando, já que muitos jogos não tinham fim como Pacman. Além disso, os jogos antigos não tinham as benesses que têm os jogos atualmente. Muitos deles não tinham password, continue ou seleção de nível, e quando dava gameover ou perdia vidas, tinha que se contentar a voltar desde o início da fase ou do jogo. Poucas eram as vantagens, e para pegar a manha era preciso perder inúmeras vezes. Por fim, aí vai uma lista de 10 jogos que quase acabaram com a minha saúde:
10 – Nosferatu (Seta).
Lançado em 1994 pela Seta, Nosferatu é um dos jogos do console Snes que não pode ser esquecido. Misturando diversos elementos de jogos de gêneros diferentes, Nosferatu apresenta características de jogos de ação, plataforma, Beat up, RPG e aventura, e traz uma temática e ambientação sombria e bastante convincente. Apesar do enredo um pouco clichê, segundo o qual Kyle, o protagonista no game, tem que salvar sua amada Erin, após ser raptada pelo vampiro nosferatu; a atmosfera do jogo (cheia de lobisomens, vampiros, zumbis, múmias e até mesmo o bizarro Frankenstein) consegue imergir o jogador no cenário assustador dos pequenos castelos numa pequena cidade da Transilvânia.
O game apresenta notável influência de jogos famosos como Castlevania e Prince of Persia, alternando ora uma jogabilidade rápida para combate, ora uma jogabilidade similar ao Prince of Persia, com pulos e escaladas de plataforma e grandes danos ou morte certa caso caia de uma altura muito alta. Logo na primeira fase do calabouço, o jogador pode não saber o que fazer e se desesperar mais ainda com o tempo da ampulheta que passa muito rápido. As fases em geral são cheias de armadilhas, e a música de cada fase contribui para um clima de suspense que te faz correr contra o tempo. Este é um tipo de jogo que os gamers desavisados vão ter de arrancar os cabelos para zerar, uma vez que a dificuldade aumenta e muito a cada fase completada.
Porém, é possível a cada fase ir adquirindo cristais que aumentarão a sua força vital e permitirão utilizar novas sequências de combo, pois uma vez que não existem armas no jogo, o nosso protagonista tem que enfrentar todo tipo de criatura, até mesmo um vampiro, na base da porrada mesmo (rs). Nosferatu é um verdadeiro desafio, e para aqueles que nunca jogaram, recomendo que joguem, principalmente pela última fase e o boss final, pois a batalha com o vampirão vale muito a pena.
9 – Final Fight (Capcom)
Um dos jogos mais famosos do gênero Beat Up, Final Fight foi lançado em 1989 e marcou a infância de uma geração de gamers. O seu estilo influenciou muitos jogos do mesmo gênero como Street of Rage, Captain Comando, Cadillacs and Dinosaurs, Vendetta, etc.
Após uma jovem ser capturada por uma gangue chamada Mad Gear, que aterrorizava a cidade, três rapazes Guy, Cody e o prefeito da cidade, Haggar, decidem adentrar pela Metro City chutando a bunda do primeiro criminoso que aparecesse para resgatar Jessica (que por sinal é filha do prefeito).
O jogo tem ótimos gráficos e as trilhas são bastante inovadoras para época. As primeiras fases são muito tranquilas. Contudo, conforme vamos avançando, a dificuldade vai aumentando a níveis estratosféricos, e a pouca jogabilidade dos personagens só piora a situação, ainda que cada personagem tenha uma vantagem específica. Cody é equilibrado em força e agilidade; Guy é o mais ágil, porém seus golpes não causam grande dano nos oponentes; já Haggar é o mais forte e também o mais lento.
Mesmo assim, essas vantagens não são suficientes para se sair bem, uma vez que muitos inimigos podem te derrotar com poucos golpes como é o caso do Andore e Slash ou do Holywood e El Gado, inimigos que vão te azucrinar todo tempo, e também os chefes apelões que às vezes acabam com você com um só golpe. Sem contar o número descomunal de inimigos que só vai aumentando ao longo das fases e que não te darão nenhum alívio, pois caso você seja pego por um deles, pode dizer adeus a sua vida.
Ainda sim, mesmo com toda a dificuldade, Final Fight continua sendo um ótimo jogo para os gamers que gostam de um bom desafio, e por isso, o 9º lugar é dele.
8 – Jewel Master (Sega)
Um jogo pouco conhecido para o console Megadrive, Jewel Master mistura RPG, plataforma e ação, e apesar de ser um jogo com gráficos e jogabilidade rudimentar, ele traz alguns elementos que o tornam bastante interessante. Lançado em 1991 pela Sega, Jewel Master lembra muitos aspectos do game Castlevania, principalmente pelo visual do protagonista.
A história do jogo conta como um demônio poderoso, chamado Jardine, the mad, dominou Mithgard, até que 12 Mestres Elementais impediram-no de tomar Mithgard por completo. Houve então uma sangrenta batalha, sobrevivendo apenas 4 dos Mestres Elementais, que selaram seus poderes numa poderosa espada sagrada, que seria usada na última batalha.
De início, achamos Jewel Master um jogo simples, mas ao longo das fases vamos adquirindo variadas opções de ataque: podemos combinar até quatro anéis (dois em cada mão), e adquiri o total de 12 anéis. Cada combinação lhe permite adquirir uma habilidade específica, como velocidade, magia de fogo e gelo, etc. E para o jogador passar das fases e dos chefes, terá que fazer as combinações que lhe darão poder adequado para enfrentar os monstros.
Assim, o jogador é impelido a pensar estrategicamente, pois do contrário é quase impossível passar de alguns “Bosses” como a Fênix ou o próprio Jardine. Jewel Master é um jogo desafiador do começo ao fim, e mesmo com as combinações dos anéis, seu nível de dificuldade continua absurdamente alta.
7 – Prince of Persia (Konami)
Lançado pela primeira vez em 1989, a versão que tive mais contato foi a do Megadrive e do Snes, um grande clássico do game de aventura, revolucionou pela sua animação realista e pelo design das fases, que impunha ao jogador diversos obstáculos e combates com inimigos que eram de testar a paciência. Com ótimos cenários que lembram bem o clima das 1001 noites, cheio de labirintos subterrâneos e armadilhas, assim como áreas externas e com palácios, Prince of Persia é um jogo de tirar o fôlego, e também a paciência, pois sua dificuldade é imensa.
Após Grã-Vizir Jaffar, o braço direito do Sultão, assumir temporariamente o reino, sedento de poder, decide dominar toda a Pérsia ameaçando a princesa para que se case com ele. Porém, ela se apaixona por um jovem aventureiro (protagonista). Frustrado, Jaffar trancafia o jovem na masmorra e dar um tempo de duas horas para que a princesa aceite se casar, do contrário será executada.
O nosso herói deve percorrer 20 níveis em 120 minutos em tempo “real” para terminar o jogo e salvar sua amada. Talvez o leitor pense que é muito tempo, mas logo de início perceberá que esse tempo talvez não seja o suficiente pela extrema dificuldade das fases cheias de labirintos que o impedem de encontrar a saída facilmente. Além disso, é preciso passar efetivamente por inúmeras armadilhas, espinhos que brotam do chão, guilhotinas e saltos precisos, pois o príncipe, que é apenas um ser humano comum (e isso foi bastante inovador pra época), morre se cair de uma altura muito grande.
Também tanto os inimigos como os “bosses” fazem os neurônios torrar, ainda que nas batalhas, em alguns casos, seja possível empurrá-los até caírem num penhasco. Contando com apenas uma espada e o seu corpo, o jogador terá que quebrar e muito a cabeça para passar das fases no tempo estipulado, uma vez que morrer é algo muito comum e o jogador volta para o início da fase! E, além disso, o tempo continua seguindo, o que quer dizer que terá que passar pelo mesmo percurso novamente, porém com menos tempo do que antes.
6 – Megaman (Capcom)
O jogo do robozinho azul fez grande sucesso por décadas e conquistou muitas gerações. Lançado pela primeira vez em 1987 pela Capcom para o console Nes, a franquia se estendeu por duas décadas e revolucionou o mundo dos games. O jogo Megaman consistia em controlar um pequeno robô com uma arma no braço, passando por inúmeras fases, enfrentando chefes e adquirindo seus poderes.
No ano de 200x, dois cientistas, Dr. Light e Dr. Willy, trabalhavam juntos para auxiliar no progresso da humanidade e por consequência diminuir os trabalhos pesados. No entanto, somente Dr. Light foi reconhecido pelo seu trabalho, enquanto que Dr. Willy roubou seu projeto inicial e criou 6 robôs para cometer crimes por aí. Com a finalidade de impedir os planos do cientista malvadão, Dr. Light criou Megaman e o adaptou para um modo de batalha, inserindo uma arma nele.
O primeiro jogo da franquia, na minha opinião, é o mais difícil de todos: fases longas e inimigos estrategicamente colocados para te empurrar de uma plataforma ou penhasco, escadas imensas que às vezes tínhamos que subi-la novamente após sofrer dano do inimigo, e também o simples tiro que lhe permitia apenas três disparos simultaneamente.
Além das fases que vão te deixar em um estado de nervos, os “bosses” não eram nada fáceis. Era preciso optar pelo mais fácil para que depois que adquirisse o seu poder, pudesse usa-lo em outro chefe que era vulnerável, mesmo assim não havia garantias de que iria vencê-lo, embora com o poder certo fosse mais fácil. Isso sem falar em um chefe das fases finais, um tal de Yellow Devil (o nome já diz tudo), um robô que tinha a técnica de se desmontar por inteiro e atravessar a tela te atropelando, enquanto se reconstrói do outro lado. Além disso, só havia um ponto vulnerável, que era seu olho, e era preciso atacá-lo rapidamente. Não sei precisar o número de semanas que precisei para derrotá-lo. Por isso, o 6° lugar vai para o Megaman.
5 – Ninja Gaiden (Nes – Tecmo)
A série Ninja Gaiden, protagonizada pelo ninja Ryu Hayabusa (que também está no jogo de luta Dead Or Alive), foi lançada entre os anos de 1989 e 1991, uma trilogia com ótimos gráficos e jogabilidade de tirar o fôlego para época. A série também possuía boa trilha sonora e cutscenes que faziam o jogador ficar cada vez mais imerso no enredo do jogo, conforme ia avançando nas fases.
Antigas divindades chamadas de Archfiends e criadas pela substância do ódio tentavam dominar o mundo até que os guerreiros da terra virgem intitulados “Os Dragões” deram fim a batalha de séculos e mantiveram vivo seu legado. O jovem ninja Ryu Hayabusa é descendente dos Dragões e, após ter encontrado uma carta de seu pai deixada antes de morrer em um duelo, vai para os Estados Unidos investigar uma misteriosa estátua e sua história por trás da mesma.
Ninja Gaiden é um daqueles jogos que começa com níveis bastante fáceis, para subir gradativamente a níveis de dificuldade que causam frustração e raiva em qualquer um. Apesar da boa jogabilidade, como contrapartida os inimigos aparecem a todo tempo na tela, e mesmo quando derrotamos a maioria deles, basta ser empurrado um pouco para trás para que os mesmos inimigos apareçam novamente. Fases com neve e gelo, ou chuva tempestuosa que te empurra juntamente com os inimigos aos inúmeros abismos no jogo, é muito comum. Da trilogia, o que considero mais difícil é o primeiro jogo e não aconselho a jogá-lo caso busque apenas “diversão”.
4 – Castlevania (Nes – Konami)
Uma franquia que continua lançando jogos e fazendo muito sucesso. Sua versão para Nes, lançada em 1987, é uma das mais difíceis de zerar. É preciso ter paciência de monge e muita determinação para não acabar enlouquecendo. A história se passa em tempos remotos em que uma família lendária, clã de caçadores de vampiros, deve derrotar o Conde Drácula, que renasce a cada 100 anos.
Os gráficos são considerados bons para época e suas trilhas se tornaram icônicas, sendo rearranjada e refinada com as inúmeras continuações que surgiram. Quem não lembra dos chefes medonhos como a medusa, os frankensteins e a morte? Este último era o verdadeiro terror dos gamers, que ficavam penando para passar do chefe. Acho que a intenção dos produtores era criar um boss que absolvesse, literalmente, nossas forças vitais.
Além disso, a jogabilidade não ajudava muito: uma vez que, dado um pulo para frente, não teria mais como voltar, e também era preciso adquirir chicote mais longo e potente, o que às vezes era bastante difícil, principalmente quando se perdia uma vida no meio da fase. Sem ele era quase impossível derrotar os chefões. O jogo também lhe possibilitava a aquisição de armas brancas, mas convenhamos que mesmo com um machado ou uma porção, não ajudava muito. Para quem conseguiu chegar na quinta fase e derrotar a “morte”, parabéns, você é um verdadeiro guerreiro! O nível de estresse e dor de cabeça que qualquer gamer antigo teve ao se deparar com esse boss sabe do que eu estou falando. Enfim, Castlevania fica com nosso 4° lugar.
3 – Ghouls & Ghosts (Capcom)
Quem nunca jogou a franquia Ghouls & Ghosts da Capcom não sabe o que é estar prestes a ter um ataque cardíaco. Lançado em 1985 para o Arcade, Ghouls & Ghosts é amplamente conhecido pela sua extrema dificuldade. Passar da primeira fase é realmente um verdadeiro martírio, e a cada fase a coisa só tende a piorar!
A história se passa numa era sombria e medieval na qual o cavaleiro Arthur (não se trata do rei Arthur) deve salvar sua amada princesa Prin-Prin enfrentando uma legião de zumbis, fantasmas e demônios, e ir salvá-la do castelo de Lúcifer (macabro, hein…).
Logo na primeira fase o jogador se vê em um jogo de dificuldade anormal: é zumbi saindo de tudo quanto é canto, e como se não bastasse, na metade da primeira fase aparece um monstrengo que de tão difícil, ganhou até um jogo próprio: Demon’s Crest. Às vezes, derrotar esse demônio é mais difícil do que os “Bosses”, uma vez que ele desvia facilmente dos seus ataques e é muito ágil, além de voar para piorar, e sem contar que somente com dois acertos você estará basicamente morto e voltará para o início da fase.
Não obstante, após o jogador enfrentar uma verdadeira maratona infernal e derrotar finalmente o último chefe, ele precisa voltar e fazer o mesmo percurso passando pelas inúmeras fases outra vez! Porém, após finalizar pela primeira vez, a segunda vez você estará apto a adquirir o poder fundamental para derrotar o verdadeiro chefe. Nem precisa dizer o quanto isso desanima qualquer alma bem intencionada. Por essas e outras Ghouls & Ghosts fica com o nosso 3° lugar.
2 – Battletoads (NES – Tradewest)
Com certeza os criadores desse jogo não tiveram infância e resolveram então acabar com a infância de toda uma geração. Lançado em 1991 para o Nes, Battletoads é considerado um dos jogos mais difíceis. Quem tentou jogar a sério e conseguiu terminá-lo? Creio que foram poucos. Esse jogo merece a medalha de jogo mais “missão impossível” de todos os tempos.
Com a ajuda do professor T. Bird e sua nave espacial, The Vulture, Rash e Zitz, dois sapos mutantes, devem salvar seu irmão Pimple e a Princesa Angelica da malvada Dark Queen, líder do planeta Ragnarok.
Apesar de tudo, Battletoads é um jogo com bons gráficos e suas fases são bastante diversificadas e dinâmicas. Até a segunda fase, na qual controlamos o sapinho descendo de rapel, tudo parece muito tranquilo, até que vem a fase das motos voadoras. E nela, caro leitor, pode ir já perdendo todas as esperanças, o nível de dificuldade é absurdo e chega uma hora que a velocidade é tão grande que não podemos ver direito os obstáculos pela frente.
Para quem duvida, coloque em 5:30 e sinta a angústia:
E para o caso de alguém ter feito a grande façanha de passar da terceira fase… Não se desespere! A fase da serpente guardam surpresas agradáveis também (Só que não!). Enfim, os que conseguiram zerar esse jogo devem ser considerados verdadeiros guerreiros anônimos e deveriam um dia receber a devida congratulação e reconhecimento da sociedade nerd (rs). Battletoads é um jogo que foi feito para aflorar dois sentimentos: revolta e frustração.
1 – Hellfire (Toaplan).
Como o nome já diz – “hell” (inferno) e “fire” (fogo). Apesar de não ser muito o meu estilo de jogo preferido, sempre gostei de jogar alguns jogos de nave. Na época do Megadrive, em que não havia save state e outras benesses dos emuladores de computador, zerar um jogo como esse era um verdadeiro contrato de venda de alma para Mefistófeles. Pode-se dizer que alguns jogos são difíceis, mas esse, especificamente, os produtores criaram as condições necessárias para que o jogador tenha um AVC. A experiência de um derrame nunca foi tão próxima para aqueles que se aventuram em jogar Hellfire.
A empresa Toaplan já tinha grande fama em criar jogos infernais, um exemplo disso é o jogo Truxton e sua dificuldade supra-humana. Não bastava criar jogos que fizessem suar a camisa, eles tinham que levar o jogador a um nível estratosférico de estresse e angústia, e conseguiram obter grande êxito com Hellfire.
Hellfire foi lançado para Arcade no final da década de 80 e, posteriormente, para Megadrive. Os gráficos são bons e a jogabilidade da nave é ágil e dinâmica, possibilitando dar tiros em diagonais, em forma de X, ou horizontal-vertical em forma de crucifixo. As músicas dão um up a mais no jogo, mas logo logo a dificuldade te fará ignorar esses aspectos para colocar apenas um desejo na cachola – lançar o cartucho na primeira fogueira que encontrar.
Além da nave poder atirar para todos os lados, é possível também adquirir power-up para aumentar a potência do tiro, escudo e até mesmo alguns drones. Porém nada disso é o bastante para amenizar a dificuldade do jogo. Por a nave ser grande, a sua área de colisão parece ser maior que o normal. Área de colisão significa a área realmente vulnerável de uma nave que se tiros do inimigo atingi-la, pode dizer adeus.
A nave Hellfire, no entanto, parece ter uma área de colisão maior do que o normal, o que dificulta e muito, já que não são raras as vezes em que a tela é preenchida de tiros para desviar. Então, nada de considerar aqueles tiros “de raspão”, que nós, jogadores ingênuos, achamos que poderíamos desviá-los tranquilamente. Mais um ponto para aumentar o meu estresse.
Mesmo que o jogador adquirisse o limite do power-up, as naves grandes dos inimigos e a chuva de tiro eram de ensandecer qualquer um, e o pior: se fôssemos atingidos, teríamos que voltar uma parte considerável da fase, e com aquele poder de fogo primitivo que só te permite sobrevive na primeira fase. Em suma, se perdêssemos uma vida, seria como efeito dominó e o jogador estaria fadado a se afogar no vale de lágrimas. Como se não bastasse, ainda perdemos a velocidade (speed-up), o que já era o suficiente para desistir e retornar depois de algum tempo.
Isso sem falar nos chefes e subchefes. Por exemplo, numa fase podem aparecer até três subchefes, e eles são tão apelões quanto o boss stage. E apesar do jogo ter só 6 fases, é uma verdadeira odisseia conseguir terminar esse jogo. Para os que se aventuram a jogá-lo, tudo estará praticamente contra você, e ao menos que não queira morrer de estresse antes de termina-lo, sugiro alternar sempre com práticas de Yoga e meditação.
Para quem gostou e chegou até aqui, não deixe de postar seu comentário. Alguma recordação dramática de algum jogo hardcore que você jogou?
the Procrastinadores 